Ontem, quando terminei o meu dia de trabalho, pensei: “ Hoje é um bom dia para fazer aquelas bolachinhas de chocolate…”.
Apesar de ser 4ªF, a casa estava orientada, o jantar feito e a roupa em ordem, graças à insónia da noite anterior. Cenário idílico, eu sei , porém real. (Pontualmente real, sejamos honestos!!)
A boa vontade imperava e o espírito empreendedor também.
7.30h.
Banhos tomados, bebé na cama, mesa posta e vamos a isto.
Eis senão quando, o meu pequeno anjo do meio se senta à mesa e diz: “ Não quero sopa. Não gosto.”
A questão da sopa prolongava-se já há cerca de duas semanas, e eu pensei; em prole dos bons hábitos alimentares, da autoridade materna (lol) e de tudo o resto que é socialmente esperado do papel de mãe; “Vamos lá dar a volta à questão”.
Sentei-me ao lado do meu pequeno JG e, de sorriso estampado na cara disse-lhe: “Então, tens de comer sopa para ficares grande e forte e ires brincar.”
Foi então que se deu a metamorfose. O meu pequeno anjo transformou-se num Demónio da Tansmânia pestanudo.
Gritou, esperneou, atirou a colher para a areia do gato, cuspiu a sopa para o chão e tentou derrubar o prato. Seguiram-se vários rounds sem vencedor nem vencido. O combate prolongou-se das 7.30 da tarde às 10 da noite.
Foi neste meio tempo que invoquei o bisonte que há em mim, e mentalmente murmurei “eu sou um bisonte a pastar placidamente na pradaria. Nada nem ninguém me conseguirá incomodar”; qual mantra em estado de meditação. É óbvio que houve momentos em que o bisonte saiu do transe e escoicinhou. Por fim, uma vez que a sopa continuava no mesmo nível, fui pôr o meu rebento na cama. Adormeceu de pé, agarrado às grades do berço, em plena birra, enquanto o bisonte (eu) lhe dizia que a sopa estaria na mesa hoje para o jantar. Mais logo, em horário nobre retomar-se-ão os confrontos.
Aceitam-se apostas.
Beijinhos
MARIA